quarta-feira, 11 de abril de 2012

...sobre a legalização do aborto de anencéfalos

Eu sei, complicado.
Se você me perguntasse, eu, como católica que sou, deveria responder: "mas é claro que sou contra!" Aí você escuta o processo, relatório (ou seja lá o que for, não entendo nada de Direito) do relator do caso e ministro Marco Aurélio, tão bem fundamentado, explicando exatamente porque ele é a favor e falando sobre prolongar o sofrimento de mães, que, de fato, nunca chegarão a ser mães. A probabilidade de sobrevida desses bebês no meio extra-uterino é praticamente zero, senão, poucos meses de vida. É cruel fazer uma mãe passar pelo sentimento de ver seu filho nascer morto, ou perdê-lo durante a gestação, ou ainda, ter que enterrá-lo assim que ele vier ao mundo, certo? Ao invés de berço, um caixão. Essa discussão toda me parece justa, sinceramente. Eu, como futura mãe que espero ser, imagino (mesmo que não chegue perto do sentimento) a dor que uma mulher (e uma família inteira) devem sentir ao passar por uma situação dessas. Difícil. Cruel. Desumano? Usem as palavras que quiserem, pensem o que quiserem. Eu compreendo isso tudo. Eu concordo até, é muito sofrimento, e pode mudar para sempre a cabeça dos pais envolvidos. Pode destruí-los.
Mas por mais que eu entenda isso tudo, mantenho minha posição, não exatamente por ser católica, nem nada do tipo. Eu posso não sentir o que as mães sentem, posso não entender a amplitude de tudo, posso estar errada, podem dizer que sou até desumana. Mas aprovar a morte de alguém, sinceramente, eu não consigo aceitar. E é isso que eu realmente não entendo. Pode ser uma vida incompleta, sem expectativas, sem esperanças, sem futuro. Podem dizer o que quiserem para defender a legalização. Mas ainda assim é uma vida. Eu não tenho direito de tirá-la. E você também não tem.




Mas o que for para ser, será. É o que eu sempre digo.

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