terça-feira, 14 de agosto de 2007

...escolhas

Ninguém diz que viver é fácil. Mas em alguns momentos de nossa vida, chegamos a acreditar que as coisas se tornarão mais fáceis de lidar. Há um ano e meio, depois de um ano de estudos, em que a palavra "vestibular" colocava rugas de preocupação na minha testa, fui colhendo os frutos de cada momento de dedicação (que não eram tantos assim, não se iludam), dos meus dias na escola.

A certeza de entrar na universidade apresentou-se para mim como uma parte do meu crescimento e amadurecimento como pessoa, um sonho, daqueles que a sociedade acaba colocando em nossa cabeça (somos seres dominados pela cultura, fazer o quê?). Mas, enfim, um mundo "novo" surgiu, e com ele novas experiências vieram.

Percebi, inicialmente, que as coisas não eram tão diferentes assim, apenas pessoas novas, aprendizados diversificados e uma cobrança provavelmente bem maior sobre nossas cabeças. Não que isso signifique algo negativo, muito pelo contrário! Uma independência que antes não existia começou a fazer parte do meu dia-a-dia... E as preocupações com o futuro do mundo, da universidade, do movimento estudantil, do preço do vale e do almoço no R. U. passaram a ser fatos corriqueiros da minha vida de estudante.

Entretanto, eu disse que chegamos a acreditar que as coisas se tornarão mais fáceis de lidar, depois de momentos de trabalho duro! Quem dera! (^^) Além de textos cada vez maiores e complexos e provas mais difíceis, três cursos completamente diferentes, no resultado final, tomaram muito de meu espírito.

A felicidade que senti e vi refletida nas pessoas que eu amo ao passar por esses testes contrastou com o cansaço de fazer tanta coisa ao mesmo tempo. Não que eu seja uma pessoa especial, que mereça admiração, nada disso. Eu não gosto de incentivar esse tipo de visão, porque não concordo com ela. Mesmo porque fazer tanta coisa ao mesmo tempo desgasta, como acontece com qualquer ser humano normal (existe realmente normalidade? Creio que o jovem Angus, em seu filme, discorde disso, assim como eu) e chega uma hora em que temos que decidir.

Sempre fui uma pessoa insegura, indecisa! Tanto que vim optar por cursos diferentes, na dúvida de qual seria o curso do meu coração, como tantos sonham em seguir um dia (e conseguirão, se realmente desejarem!). E aí, a necessidade de se fazer uma escolha tornou-se um peso angustiante em meu coração. É difícil deixar de se fazer algo que se gosta em função de algo que também se gosta. Ou então diferenciar o que se gosta do que não se gosta. Ou então chegar a pensar que se está fazendo três coisas de que não se gosta!!! A confusão é tamanha!

Curioso pensar como tomar decisões é difícil. Mas aí está uma de nossas missões: fazer a escolha que pareça mais correta, tomando como referência nosso coração e o bem-estar da natureza, o não prejudicar do mundo (pode parecer piegas, mas é assim que eu acredito que deve ser). Somos apenas, cada um, um único ser. Que merece "viver", como dizia Eleanor H. Porter. Não apenas fazer deveres e atividades programadas. Não apenas respirar, mas sim fazer as coisas que se gosta, dedicar um tempo de nossos dias à vida. Seja ele um "momento" de mãe, de pai, de irmão... Uma conversa entre amigos... Um passeio pela cidade ou pelas páginas de um livro... Acredito que independente da decisão, o que se deve pensar é que a vida é aquilo que deve ser mantido, preservado, assim como as arvóres da iludida "Cidade Verde" ou as águas do Amazonas e do Tietê. E por que não dizer, extinguir-se as coroas do Parnaíba?

Preservar o amor à vida, e então, fazer o que nos parece certo no momento. Depois, talvez retomar o que ficou lá, nos aguardando, para ser vivido no momento certo. Ou então desmanchar tudo o que foi construído, pois não alimenta o nosso espírito e formar um novo alicerce. Não importa. Apenas temos de nos dar a chance de "viver", sem nos arrependermos do que foi feito e encarar "de cabeça erguida" o que está por vir, mesmo que tenhamos que reconstruir continuamente todo um castelo.

O importante, afinal, é ter coragem por aquela escolha. É ser um grifinório diante de tudo (=D). É sonhar, e deixar-se viajar em alguns momentos da vida. Eu não mencionei o que vou fazer. Nem eu mesma sei realmente onde os meus passos vão me levar. Mas estou disposta a ir em frente. Mesmo que doa às vezes. Nem sempre nossas escolhas são feitas sem dor. Entretanto, estou feliz por isso, mesmo se vocês não tiverem entendido uma palavra do que escrevi! kkkkkkk!

Obrigada! Pela leitura, pra quem se dispôs a ler isso tudo aqui! ^^

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