terça-feira, 16 de junho de 2020

... sobre pandemia e mudanças

Que loucura. Tudo é tão doido. Estamos fazendo parte da história. Nunca pensei que fosse me sentir assim.
Seis anos desde a última vez que olhei isso aqui. Tudo mudou tanto, e ao mesmo tempo continua igual. A cidade mudou. O trabalho mudou. A rotina mudou. A família mudou, mas agora está mais especial ainda. O amor mudou. Esse cresce, se transforma e transborda, a cada dia um pouco mais.
A minha cabeça continua pensando várias coisas ao mesmo tempo. Amadurecemos, mas nem por isso deixamos velhos hábitos. Engraçado, o sono mudou. Pra pior, certamente. Tudo é tão loucura que fico sem saber ao certo como reagir. Gente, faz três meses que o nosso mundo - chamado Brasil - mudou. O nosso mundo - chamado mundo, tem sofrido há mais tempo. Vidas se foram. Muitas pessoas especiais e maravilhosas, tenho certeza. Famílias sentem dor e choram. A fé às vezes parece falhar, mas é apenas o velho lapso do homem, de querer ver para crer. Isso não é necessário, mas nossa fragilidade por vezes deixa o medo tomar de conta. Choramos. Ficamos sem ânimo. Não conseguimos manter uma rotina. Os exercícios são daquele jeito: dia sim, mês não. Fizemos receitas. Ou seja, de alguma forma nos tornamos mais independentes. Aprendemos a fazer pedidos online e a lavar com água e sabão (ou álcool) tudo que atravessa a soleira da porta. Gastamos tempo com coisas antes irrelevantes, hoje, essenciais. Alguns costuram. Outros compram máscaras. Ficamos mais viciados ainda em internet. Outros não. Fazemos caligrafia, escrevemos cartas, lemos ou então nada disso. Tentamos algo diferente e, por incrível que pareça, conseguimos! O desconhecido é assustador, sabe. Mas vamos criando forças e coragem, e seguindo em frente. Os planos estão suspensos, sem saber ao certo pra onde ir. Esperar se torna algo extremamente importante e difícil, pois somos imediatistas, os seres mais impacientes e com um certo grau de estupidez para aquilo que deveria ser simples e leve. Nos aproximamos do "próximo". Conseguimos distinguir, de verdade, aquilo que é sincero, de coração. Valorizamos os nossos, como talvez nunca antes tenhamos valorizado. Comemoramos os pequenos milagres. Nos unimos em oração por todos e agradecemos a Deus por estarmos, de alguma forma meio doida, bem.

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